sexta-feira, 9 de novembro de 2012

HOMENAGEM A LUIZ ANTÔNIO PIMENTEL - DE LUNA FREIRE

UM CENTENÁRIO DE HISTÓRIAS Nos tracejos na minha tela comecei a rabiscar uma personalidade como se fora um diamante, uma pérola, rubi, dentre outras pedras preciosas da natureza. Começou a surgir no campo imagético entre o criador e a criação diversos questionamentos, pois a obra superava o criador, enveredei-me para a construção dessa personalidade em minha tela, quando já no esboço a criação começou a surgir. Ao desenhar seu rosto percebi que se tratava de um jovem moço que veio de Miracema, nascido no dia 29 de março de 1912 no Estado do Rio de Janeiro, no qual passou toda a sua infância em Niterói. Descendia de uma família intelectual. Nas descrições de suas mãos, apresentavam já quando jovem uma inclinação para a literatura, dentre suas atribuições podemos mencionar as seguintes: jornalista, professor, desenhista, poeta, fotógrafo e escritor. Como jornalista atuou na imprensa carioca nos tempos áureos da Mayrink Veiga, compondo livro de crônicas do rádio. Data que em 1937 da Escola de Belas Artes cujo curso inconcluso recebeu bolsa de estudos para o Japão, ficou até 1942, retornando ao Brasil após a evacuação de estrangeiros no país. Retornando a Niterói, onde se dedicou ao ensino técnico e a imprensa na antiga capital fluminense. Diplomou-se em jornalismo pela antiga faculdade de filosofia em 1952. Como escritor lançou seu segundo livro, Namida no kito ( prece em lágrimas ) publicada no Japão em 1940, nesse período também escreveu contos do velho Nippon editado no Brasil talvez tenha sido o primeiro livro de autor brasileiro a divulgar a cultura tradicional japonesa em nosso país. O livro Tankas e Haicais, de 1953 tem como matriz a estilística a poesia tradicional nipônica. Desde sua juventude se dedica à pesquisa sobre a história e a cultura brasileiras, tratando suas tradições populares. Como compositor na sua juventude, teve músicas gravadas por Carmem Miranda e Odete Amaral. Conhecido também como artista plástico, biógrafo, historiador e jornalista, faz parte de várias Academias de Letras, folclore e historia, da Sociedade Fluminense de Fotografia e é presidente de Honra do Grupo Mônaco de Cultura, colaborou também para a imprensa fluminense e seus livros sobre a cidade, introduziu no Brasil a poesia Haicai japonesa, neste momento a criação toma lugar do criador, a imagem desse ilustre ancião começa a transparecer na tela, mostrando quão belo é o seu legado literário. Em sua genealidade consegue tangenciar em suas diversas áreas de atuação, sem deixar a desejar em nenhuma delas compromisso de levar aos seus leitores as informações tornado-os assim críticos de suas produções. Quanto poeta publicou no livro Haicai: Que é o Haicai? É o cintilar das estrelas Num pingo de orvalho. Nas suas produções expressa a simplicidade do seu jeito de ser, não é um homem que passeia pelas fogueiras das vaidades e sim demonstra como intelectual um crescer constante de entusiasmo, rigor experiente da vida. Neste momento dou uma pausa para deixar falar o criador sobre a criatura. Ao esboçar a sua face, vislumbrei nos traços em grafite de um sujeito: simples, político, comunicador, artista, fotógrafo e etc... Produzia e produz sua obra através de diversos gêneros textuais levando aos seus leitores a refletirem como ser crítico, estando mesmo em facetas de diversos sujeitos. Quanto à sua obra haicai foi precursor junto das personalidades Olga Savary e Helena Kolody no Brasil. A cunhagem desse termo ( = haicai ) quando estudante da faculdade de filosofia da Universidade do Brasil, encaminhou Aurélio Buarque de Holanda, por intermédio do gramático Celso Cunha a solicitação da incorporação do termo dicionarizado, para que não houvesse transliteração como os seguintes termos: hai-cai, hai-kai, haikai, haiku, hai-ku e hokku. Vale lembrar que sua obra Namida no Kito escrita em português para o japonês no ano de 1940, Pimentel tornou o primeiro autor brasileiro traduzido para o japonês que se tem notícia. Antonio Pimentel, incorporou nas produções do haicai com temas renovadores: tropicais, eróticos, político e étnico. Contudo, essas alterações não conrompem o cânon estético inaugurado por Matsuô Bashô. Pimentel possui uma vasta obra literária tais como: Contos do Velho Nipon ( 1940 ), Tankas e haicais ( 1953 ). Cem haicais eróticos e um soneto de amor nipônico ( 2004 ). Publicações encontradas em treis volumes da editora Niterói Livros, que contém o texto integral de Tankas e haicais, tal como coordenada pelo professor Nelson Eckhardt em 1953. Atualmente, o senhor Pimentel continua suas produções escrevendo na coluna Artes Fluminenses no Jornal A Tribuna; nas atividades das Academias Fluminense de Letras e Niteroiense de Letras, também participa de eventos literários na feira do livro na Praça Getúlio Vargas em Icaraí, aos sábados no calçadão da Livraria Ideal contando histórias da década de 20 até os dias atuais. Portando eu, finalizo a minha obra de arte ( o retrato do Pimentel ) homenageando esse ícone da literatura fluminense. AUTOR – Edson Carvalho De Luna Freire Direitos reservados delunafreire@yahoo.com.br HTTP://colunadeluna.blogspot.com

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